O espetáculo que nasce em dois minutos ou dois gols.

-Por todos nós-

11/03/2010

Geopolítica Palestrina?

Hoje no portal Terra foi publicada uma notícia sobre uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo favorável ao Palmeiras referente a uma ação praticada no caso da transferência do lateral e volante Rogério para o Corinthians em 2001.

De acordo com Antonio Carlos Carone, advogado do Palmeiras, existe uma dívida no valor de R$ 16 milhões. Fala-se (pura ventilação) até no nome de Dentinho, como garantia.


Longe de ser uma decisão definitiva, a vitória da ação movida contra o arquirrival revela uma ruptura das relações diplomáticas entre as diretorias alvinegras e alviverdes.

Evidentemente, trata-se de um caso que terá reviravoltas e necessita de uma profunda apuração.

No entanto, não me parece coincidência um embate desta grandeza na atual conjuntura palestrina.

Eu me recordo de uma idéia abordada pelo grande cientista político e sociólogo Emir Sader que dizia que a maneira mais rápida e eficiente de desviar o foco das tensões e conflitos internos de um país era mobilizar os olhos de seu povo em direção ao inimigo externo, e assim enfrentá-lo com apoio de todos.

Sader se referia, por exemplo, a crise da Argentina durante o regime militar que teria se utilizado a Guerra das Malvinas (1982) como uma manobra política.

Será que a gestão Belluzo pretende utilizar de geopolítica no futebol?

2 comentários:

pedrobelo disse...

Acho que a justiça, embora lenta como a brasileira é, existe justamente para essas disputas, o que é bem óbvio e razoável, ainda mais tendo em vista que a ação é de 2001, e não foi "inventada" agora. As coisas não são tão simples assim. Não se pode colocar um time contra o outro nesse aspecto. As rivalidades verdadeiras ficam em campo, e as pessoas, sejam elas diretores ou homens da mídia, a deslocam para outros âmbitos, como é o caso dos atritos de Palmeiras e Corinthians com a diretoria do São Paulo, o que têm deixado os últimos clássicos com muito nervosismo e com pouco... futebol. Rivalidade não é inimizade. E disputa jurídica não é briga.
Outra coisa: utilizar uma citação referente a um dos regimes ditatoriais mais sangrentos da história recente para explicar a mentalidade da diretoria do Palmeiras é exagero demais, não acha?
É como se eu falasse que a diretoria do Corinthians usa e abusa do marketing e da propaganda hoje para ofuscar uma realidade não tão positiva assim, como fez o governo militar brasileiro na década 70.
Um forte abraço.

Marco Lourenço disse...

Sua observação é pertinente, desde que meu texto seja levado ao pé da letra.
Em primeiro lugar, não tenho como aferir a justiça desse caso, tampouco afirmar ingenuamente que essa situação envolvendo ainda um atleta do Corinthians não seja para criar polêmica.

Em segundo lugar, rivalidade é um conceito mais vasto, mas não vago. Transcende as quatro linhas. O futebol é um fenômeno total, e enquanto tentarmos dissociá-lo de sua característica central não podemos perceber suas dimensões e efeitos.
Pra mim parece claro que o que os cartolas realizam repercute dentro de campo. Ilsinho, lembra?
Por último, devo dizer que a comparação pode ter parecido exagerada, é verdade. No entanto foi somente um recurso argumentativo que utilizei para chamar a atenção.

Ainda assim, não se esqueça que o futebol é uma metáfora sociológica da guerra.

Como diria o presidente Belluzo: "Vamos matar os Bambis".

Mas agradeço o comentário caro colega

Grande abraço

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