Desde a declaração do vice de futebol do flamengo, Marcio Braz, sobre a relação descontrolada entre Adriano e álcool, vemos um espetáculo de declarações que pouco se deparam com a gravidade do problema.
Hoje, no site Lance!, o presidente da CBF Ricardo Teixeira teceu suas opiniões sobre o caso. Duas frases ilustram sua visão sobre o assunto: "Acho que beber a cervejinha não tem problema nenhum (...) o que não pode é beber um engradado". De forma semelhante, apesar de negar veementemente de que se trata de um caso de alcoolismo, Braz havia dito que "ele (Adriano) tem problema com a bebida. Quando começa, não consegue parar".
Em meio a esse falatório, Roberto Carlos, lateral esquerdo do Corinthinas, defendeu o amigo, e resumiu a situação como um "problema extracampo" que certamente não vai atrapalhá-lo na seleção. A notícia ecoou no mundo todo.
Poderia escalar dois times e um banco de reservas com outros personagens que se pronunciaram a respeito. Mas não vale a publicidade destes.
Procurei um referencial bem didático para ilustrar a situação.
De acordo com o AA (Alcoólicos Anônimos), há uma lista de indícios que podem revelar um caso de alcoolismo.
Eis algumas que separei:
Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?
Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?
A bebida já criou problemas no seu lar?
Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando quer?
Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?
Já experimentou alguma vez 'apagamento' durante uma bebedeira?
Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida, se não bebesse?
Quais desses são afirmativos no caso de Adriano?
O que vejo são flamenguistas angustiados em ver o seu maior ídolo pesando 106 quilos e longe dos gramados, e a imprensa carioca reproduzindo o "mistério da lista de Dunga" que tem o nome de Adriano como um dos maiores enigmas.
No entanto, ingênuos são cada vez mais raros. Outras questões preocupam.
Como a CBF que anda de mãos dadas com a Ambev, sempre aproximando os ídolos da seleção a marca cerveja mais forte do Brasil vai condenar o uso de álcool de Adriano?
Como o maior e mais poderoso veículo de imprensa brasileiro vai se opor a uma situação que ele permite que seja induzida e alimentada todas as noites em sua programação com as festas e bebedeiras protagonizadas pelos participantes do reality show mais popular do país?
Afinal de contas, do que se trata? O que importa? A libertadores para o Flamengo, a Copa de 2010 ou a vida de Adriano Leite Ribeiro?
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