MUNDO FRUSTRADO
Esquerda derrotada e Direita fracassada (1974, 1978 e 1982)
1974
Sede: Alemanha Ocidental
Participantes: 16
Campeão: Alemanha Ocidental
Vice: Holanda
Posição do Brasil: 4º lugar
Artilheiro (Gols): Grzegorz Lato – Polônia (7)
Média de Público por partida: 45,5 mil
O radicalismo da Guerra Fria esgotou muitos modelos de sociedade. O mundo começou a passar por transformações também presentes no futebol. A Holanda foi um exemplo disso, ao dar sinais de superação da intolerância religiosa, étnica e sexual, culminando em sua seleção um profundo espírito coletivo chamado "Carrossel Holandês". No Brasil, tal qual sua seleção, o regime dava sinais de enfraquecimento nas eleições do mesmo ano, e anunciava a "distensão lenta e gradual". No entanto, pela quarta vez, o anfitrião leva o título em seus domínios.
1978
Sede: Argentina
Participantes: 16
Campeão: Argentina
Vice: Holanda
Posição do Brasil: 3º lugar
Artilheiro (Gols): Kempes – Argentina (7)
Média de Público por partida: 40,6 mil
Mais uma copa decidida na casa do campeão. Mais uma sutil sabotagem à seleção brasileira que viajou quase cinco mil quilômetros em solo argentino, ao contrário do time local que percorreu apenas 600. Mais uma vez uma ditadura militar explorou a euforia da conquista do futebol para forjar um clima de prosperidade no país, desviando o foco das pressões populares contrárias ao regime. Mais uma vez liberdade e opressão se enfrentaram numa copa do mundo, estampadas pelas bandeiras holandesa e argentina. Mais uma vez a democracia perde.
1982
Sede: Espanha
Participantes: 24
Campeão: Itália
Vice: Alemanha Ocidental
Posição do Brasil: 2ª fase
Artilheiro (Gols): Paolo Rossi – Itália (6)
Média de Público por partida: 40,5 mil
Até hoje muitos lamentam a derrota brasileira em 1982. O time era fantástico, todos com liberdade de atacar e responsabilidade de defender, como uma alegoria democrática. A conquista era esperada. A frustração do "Sócrates atleta" na copa foi uma antecipação da decepção do "Sócrates democrata" à espera das Diretas Já que só viriam nos anos 90. A seleção italiana, por sua vez, se igualou ao tricampeão Brasil, tanto nos títulos mundiais quanto à sua estabilidade econômica. Uma década de inflação e criminalidade crescente era inaugurada nestes países.
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